Orientador: Cristiano Cezarino Rodrigues
Autora: Maria Júlia Marques Rocha – Graduação em Arquitetura e Urbanismo / EAD
Motivação: A digitalização 3D surgiu como investigação para promover a ampliação das atividades de salvaguarda, preservação e difusão do acervo.
Metodologia: O método escolhido foi a digitalização por fotogrametria utilizando o programa RecapPhoto da Autodesk em versão estudantil. Foi o mais viável por ter os custos reduzidos.
“A digitalização tridimensional é processo através do qual atributos da superfície de um objeto físico são convertidos em dados. Os dados primários obtidos de uma digitalização tridimensional são chamados de nuvem de pontos; um conjunto de pontos de coordenadas (XYZ) distribuídos no espaço, podendo conter ainda outras informações, como cor (RGB). A partir de nuvens de ponto pode-se construir modelos virtuais da superfície digitalizada”. (DANTAS, RIBEIRO, BRUSCATO e SILVA,2016, p.289)
Modelo esquemático digitalização 3D (DANTAS, RIBEIRO, BRUSCATO e SILVA,2016, p.289)
“O termo fotogrametria deriva das palavras gregasphotos que significa luz, gramma, que significa algo desenhado ou escrito e metron, que significa “medir”. Portanto, Fotogrametria, de acordo com suas origens, significaria “medir graficamente usando luz”. ‘(TOMMASELLI; SILVA; HASEGAWA; GALO; DAL POZ, 1999, p. 1).

A técnica utiliza-se de fotografias varrendo o objeto para criar uma malha digital de pontos e obter sua textura. As imagens foram realizadas ao longo de três circunferências em torno do eixo vertical da peça. O número de fotografias é dividido ao longo dos percursos de forma que a distância entre elas é aproximadamente igual.
Resultados:
Experiência realizada no dia 22 de Maio de 2019, na parte da tarde, na cantina desativada da Escola de Arquitetura onde se encontra parte do acervo. Foram realizadas imagens de 4 peças: Gladiador Borghese – N° 6300, Ornato Nº 741 e dois bustos de mesmo molde e origem desconhecida. A iluminação era artificial, feita por lâmpadas tubulares na cor branca.
Gladiador Borghese – N° 6300:
Apesar do ambiente favorável o modelo apresentou defeitos perceptível nas imagens. Especula-se que os defeitos de deformação ocorreram devido a ajustes realizados ao mobiliário do ambiente. Os defeitos de falhas podem ser explicados pelo altura insuficiente da câmera no ângulo superior
Ornato Nº 741:
A segunda peça utilizada na experiência foi O ornato Nº 741 um modelo também em gesso branco. Os resultados foram consideravelmente melhores e permitem um bom entendimento da peça. O ornato é feito para ser preso à superfícies verticais, no entanto para o processo era necessário que estivesse em uma superfície horizontal com acesso a 4 de suas faces, por isso foi fotografado em posição não usual.


Comparativo de Cores na Digitalização:
Duas versões da mesma peça com tratamentos finais diferentes. Uma com pintura branca e a outra em tons de castanho, ambas apresentando uma textura mais rugosa. Permitiu comparação do desempenho da digitalização em cores diferentes, sob o mesmo contexto, meios, e forma. Contudo, devido às dimensões e condições luminotécnicas favoráveis, foi possível obter um resultado satisfatório com ambas as peças.

Conclusão
Dessa forma, abrem-se possibilidades de ampliação do acesso ao acervo do museu e de compartilhamento da técnica com outras instituições que possam se beneficiar desse conhecimento. Internamente, novas perspectivas de trabalhos para o Museu são proporcionadas, permitindo a preservação e restauração futura e a produção de réplicas em diversas escalas, entre outras aplicações a serem investigadas.



